14 de dez. de 2007

CAMAQUÃ: CURVA DESCENDENTE DE DESENVOLVIMENTO

Na medida em que aferimos os números que dizem respeito a situação econômico-financeira do município e aprofundamos o estudo da realidade e das curvas de tendências da economia da região, nos últimos 10 anos, crescem as nossas preocupações.
Camaquã é o 33º município mais populoso do Estado. É um município polo, que por esta característica deveria ser um catalisador, um desaguadouro de negócios, e investimentos regionais, o que, naturalmente, em tese, resultaria num crescimento econômico exponencial na sua zona de influência. Isto, infelizmente, não acontece. Pelo contrário, o que se observa é uma desaceleração, curvas descendentes nos mais variados índices de aferição.
Já constatamos que Camaquã ocupava a 38ª posição no Índice de Retorno de ICMS, no ano de 2006 e que agora caiu para o lugar 43. Que o Valor Adicionado do município vem diminuindo constantemente. Dados estes que apontam para um decréscimo da atividade econômica. A população encolhe por falta de empregos e principalmente os jovens migram para outros municípios em busca de melhores oportunidades. Com isso, não se confirmaram as projeções de que teríamos aproximadamente 65.000 habitantes, e sim, conforme senso do IBGE, 60.563, o que causou a inclusão do município numa faixa inferior de recebimento do Fundo de Participação dos Municípios – FPM, e, de novo, mais prejuízos, num efeito cascata. Caso se mantenha esta situação, só de FPM, deixaremos de arrecadar entre 500 mil e um milhão de reais em 2008.
Até aqui, nenhuma novidade. Já denunciamos nos meios de comunicação esta triste faceta do município. Este quadro, se comparado com os outros municípios da região, fica ainda mais evidente.
Não bastasse estes infortúnios, examinando uma pesquisa do Professor Luis Roque Klering da UFRGS, nos deparamos com números igualmente desfavoráveis. Desta vez no que diz respeito ao PIB (Produto Interno Bruto), que afere o conjunto de riquezas produzido em um determinado universo.
Camaquã tem o 44º PIB do Estado. Se comparado à população (33º), ao retorno do ICMS (43º), este resultado estaria aquém do satisfatório, mas aparentemente numa faixa de possível recuperação. O que assusta é o desempenho nos últimos 10 anos e, pior, quando comparado com os demais integrantes da região. Desta forma, aquela expectativa que se tem de que o município polo tente a crescer mais, não se confirma. Pelo contrário, Camaquã amarga a 396ª posição em 496 municípios gaúchos. Na região, entre 17 municípios examinados, ficamos em 15º lugar, acima de Chuvisca e Turuçu.
Pasmem que, enquanto o PIB de Encruzilhada cresceu 187% nos últimos 10 anos, Canguçu, 149%, Amaral Ferrador, 114%, neste período, Camaquã cresceu apenas 13%.
Se a economia de Camaquã nos últimos 10 anos cresceu míseros 13,16%, o que comparado a outros municípios da região é de chorar, o resultado do incremento do PIB no ano de 2006 foi de somente 6,81. Como exemplos comparativos, observamos, ainda em 2006, que Arambaré cresceu 23,21%, Cristal 17,78%, Sentinela 23,72%.
Insisto que este é o tema central a ser discutido. A agenda política e das entidades representativas dos empresários, sejam do setor primário, secundário, terceário ou dos trabalhadores, deve ser pautadas por estes assuntos.
Se faz necessário um esforço concentrado. Ações enérgicas e agressivas para inverter esta tendência.

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