Há praticamente um ano tenho ocupado parte dos espaços na imprensa camaquense para alertar a comunidade que o nosso município encontra-se num processo de progressivo empobrecimento. Uso, para sustentar estas afirmações, dados, números e índices de instituições oficiais e dignas de crédito.
Atribuo a principal responsabilidade pelo declínio econômico ao modelo de administração conservador, sem planejamento estratégico, sem políticas de desenvolvimento. É o que eu rotulo de governo de manutenção.
Faço a ressalva que, embora constatando a inapetência e os equívocos continuados de eleição de prioridades e métodos, a princípio, não me parecia existir má fé.
Pois fatos que têm vindo a público cada vez mais amiúde, indícios de malversação de recursos sinalizam para possíveis improbidades administrativas.
Surgiram denúncias de venda irregulares de terrenos no Cemitério Municipal e de indevidas transações de canos, fatos ora investigados por uma CPI da Câmara, que aponta para o envolvimento do Legislativo e do Execut ivo.
O próprio prefeito, por sua vez, em entrevistas, admite que a administração tenha autorizado obras sem o adequado estudo do projeto e afirma que já deveria ter solicitado informações acerca do atraso para a realização das obras do shopping, junto ao acesso norte da Br 116 e só não o faz por "boa vontade". Entendo que aí não existe tal espaço. Cumpra-se o contrato.
Na agricultura surgem ruídos. Existem pessoas que afirmam ter efetuado pagamentos de serviços para funcionários da secretaria, quando deveriam realizá-los diretamente na tesouraria da prefeitura.
A demissão da Secretária de Cultura até hoje não foi devidamente esclarecida. Gastos excessivos carecem de explicações.
Na semana passada, a Secretária da Assistência Social admitiu, pela imprensa falada, a existência de tráfico de influências na sua secretaria, onde funcionários/políticos estariam furando a fila e marcando exames e consultas indevidamente. O mais grave, ainda, é o Prefeito não desmentir tais ocorrências e instigar outros políticos, eventualmente com ciúmes, a serem espertos e procurar fazer o mesmo.
Isto ultrapassa o limite do aceitável. Carece de uma apuração cuidadosa.
Assim, fico me perguntando: onde isto tudo vai parar?.
Estou como a Gioconda, personagem da novela Duas Caras da Globo, indignado, ávido por respostas. Quero bradar: chega! Como cidadão, cobro providências, transparência do Poder Público para que eu possa continuar acreditando que se trata tão somente de incapacidade administrativa.
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