12 de jun. de 2008

Artigo do Beto Grill

"SIRVAM NOSSAS FAÇANHAS DE MODELO A TODA A TERRA"
Dr. Beto Grill – Pres. PSB Camaquã. Publicado no Jornal Tribuna Centro-Sul de 13/06/08.

O "novo" jeito de governar já começou mal. E "velho". Antes de assumir, já propunha um malogrado aumento de impostos, o que tinha refutado durante a campanha.

No segundo turno, quando fui candidato a governador, eu já afirmava: se fosse para manter o modelo, trocar seis por meia dúzia, por si só, um equívoco, que ficasse o Rigotto, que, pelo menos, tem conteúdo, conhecimento, estabilidade emocional.

Não fosse a reação do setor produtivo que gerou dividendos, o bode do caixa quebrado ainda estaria na sala, ampliando a desordem na casa. Sem dinheiro não se faz. Com dinheiro, ao que tudo indica, se corrompe.

Neste contexto, sobressaem os desmandos, a inabilidade política, a truculência com os movimentos sociais, o tensionamento com a Assembléia, onde a estabilidade da base de apoio parlamentar é frágil. O arrojo do funcionalismo e a evidente queda da qualidade e investimentos nas políticas públicas sociais são uma obviedade.

Era previsto este processo. Lamento profundamente a crise política protagonizada pelo atual governo do Estado, que tem acarretado o total descontrole político-administrativo instaurado no Palácio Piratini. A simples instalação de um "gabinete de transição", após um ano e meio de mandato, atesta o grau de confusão produzido.

Este desgoverno traz notáveis prejuízos à imagem do Estado que vê-se, nestes dias, às voltas com práticas que somente seriam esperadas em republiquetas. Preocupa os evidentes riscos de que tudo isso, que já causa estagnação nos serviços prestados pelo Executivo, venha a prejudicar nossa economia.

Toda e qualquer denúncia de malversação de recursos ou aparelhamento de instituições devem ser averiguadas, e os culpados punidos, sendo evidente que o atual governo já tem muito o que explicar ao povo e às autoridades do Rio Grande.

Acredito que em nada contribui para a superação dessa crise falar-se em impedimento da governadora, salvo no caso de comprovação de forma clara e direta de responsabilidade. A sociedade através de suas instituições deve investigar à exaustão, em nome do interesse público.

Embora considere o atual governo fraco na mais pura expressão da palavra, fala mais alto o compromisso com a democracia, com o estado de direito, devendo se afastar a idéia de golpe. Do contrário, a arma eficaz é o voto, e o caminho é derrotar seu projeto político nas urnas.

Por outro lado, considero os métodos utilizados pelo vice-governador para atacar o governo do qual faz parte absurdos e incompatíveis com a tradição rio-grandense, além da total discordância com suas convicções, de um liberalismo tacanho e privatizante.

A máxima de que os fins justificam os meios leva à prática de ações imorais e não pode ser legitimada em nenhuma circunstância. Tais procedimentos apontam para personalidades distorcidas, megalomaníacas e egocêntricas, que, a história testemunha, já foram responsáveis por grandes tragédias para a humanidade.

Enfim, que possamos continuar bradando, com orgulho, por todo o mundo: "Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra".

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