24 de jan. de 2008

Agroindústrias – fator de desenvolvimento

A Zero Hora de 22/01 trouxe uma notícia alentadora para o Rio Grande, engrandecedora para Crissiumal e, infelizmente, por comparação, aflitiva para Camaquã.
Trata-se da conclusão de todas as medidas necessárias para que o município de Crissiumal tenha um convênio publicado no Diário Oficial da União, em fevereiro, reconhecendo a equivalência do Sistema de Inspeção Municipal (SIM) ao Sistema Brasileiro de Inspeção, do Ministério da Agricultura.

Esta providência torna possível que as agroindústrias possam vender, também, fora do município, o que vai expandir mercados, agregar renda, criar empregos e aumentar a arrecadação daquele município, que desde 2006 luta pela equiparação sanitária e será o primeiro do Brasil a ter suas agroindústrias vendendo para todo o País.

Para tanto aquela administração municipal efetuou um conjunto de ações, desde a legislação, adequação de estrutura física e equipamentos, inclusão no seu quadro funcional dos profissionais necessários, capacitação, de modo a atender os requisitos para ter delegada a inspeção sanitária. Visão, pioneirismo, arrojo, inconformismo, planejamento e trabalho. Resultado: soluções, exemplo.

Esta notícia é alentadora para o Rio Grande porque outros 10 municípios também já formalizaram o seu interesse e estão em pleno desenvolvimento dos processos de equivalência. Deles, apenas um da região sul: Canguçu. Os demais se localizam ao norte da BR 290. Este grupo pioneiro está prestes a se habilitar ao SUASA e vem recebendo apoio da FAMURS, Conselho Regional de Medicina Veterinária e EMATER, que, em conjunto com o Ministério da Agricultura, estão dando todo o suporte e estímulo para os municípios que realmente buscam o desenvolvimento através da agroindústria. Na esfera legislativa estadual, o Deputado Heitor Schuch tem sido um parceiro de primeira ordem deste convênio.

Condição exigida, em princípio, para viabilizar estes acordos com os municípios é de que o Estado se comprometa a aderir formalmente ao sistema nacional. Até então, nada de concreto neste sentido. Nesta área, como em todas as políticas públicas, o atual governo do Rio Grande não avança e coloca em risco o andamento célere das tratativas que possibilitarão que as mercadorias tenham um selo de identificação.
Em reunião na terça-feira com o Sr. Nelmon Oliveira, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, o Secretário Estadual da Agricultura disse que pretende enviar, em breve, pelo menos um cronograma com as intenções do Governo do Estado.
Enquanto isto, fica a pergunta: onde está Camaquã? O que tem feito a Administração Municipal para viabilizar que as nossas agroindústrias possam ter este considerável ganho? Está inerte. Desatenta. Não prioriza iniciativas que podem fazer a diferença. Atrasada em relação a outros municípios, perde tempo, concorre para prejuízos do município.
Com que tristeza, até com uma ponta de inveja, confesso, vi a fotografia dos funcionários de uma agroindústria de embutidos de Crissiumal na Zero Hora, sorrindo e mostrando a todos que pode ser melhor. Lembrei da visita que fiz, em novembro, ao nosso decadente Distrito Industrial. Lá, entre outras valorosas iniciativas, constatei uma agroindústria de embutidos genuinamente camaqüense tentando resistir, querendo crescer. Assim como esta, existem outras que, infelizmente, não podem sorrir.
Insisto em afirmar que se agilize o processo de adesão, de equivalência à inspeção sanitária nacional, mas que não seja tão moroso como desmanchar o Atlético, nem tão defeituoso como o asfaltamento da Av. José de Souza Castro.

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