31 de jan. de 2008

Vale a pena ver de novo?

Publicado em Zero Hora de 31/01/08

Consenso. Esta é a palavra que falta quando governos decidem passar à população a idéia de que as coisas vão bem. Não é verdade! Aos anúncios de boas novas, falta outra palavra nesta novela: diálogo.

Foi o que ocorreu agora quando, instigados pelo painel RBS na última segunda-feira (28), os gaúchos de lá (governo federal), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Tarso Genro (Justiça), ambos petistas, e o senador Pedro Simon (PMDB) propuseram a criação de uma "agenda positiva" como solução para a crise que atormenta o Estado. Esqueceram de combinar com os gaúchos daqui (governo estadual). O resultado, mais um verbete: discórdia
.
A proposta não é nenhum "Ovo de Colombo". No passado muito próximo, para aqueles que não se lembram, houve o Pacto pelo Rio Grande, que englobava desde entidades privadas ao Tribunal de Contas, passando – claro – pelos partidos, por entidades de trabalhadores, municípios, meios de comunicação. Como base também tinha sua agenda e o comprometimento daqueles que o subscreveram.

No site da Assembléia ainda podemos constatar uma enquete que aponta o "O compromisso do futuro Governador eleito com as sugestões do Pacto" como principal fator para que este pudesse dar certo. No mesmo endereço, também está a esquecida agenda mínima e um formulário que oportuniza sugestões. Seria o caso de sugerir o seu cumprimento?

No Legislativo, com a posse do novo presidente da Assembléia Legislativa, Deputado Alceu Moreira (PMDB), mais novidades. Por lá, a palavra convergência vai pautar as ações da nova Mesa diretora da AL. Como ele mesmo disse ao responder sobre como nasceu o programa Sociedade Convergente: "Nunca se pode tirar o direito da divergência", lembrando do antagonismo das forças políticas no Estado. Muito mais acirradas que no Governo Federal. Para os meios de comunicação, é o "agendamento" do assunto nas pautas da mídia.

No Executivo, enquanto analisa o "positivismo" dos gaúchos de lá, a governadora Yeda Crusius continua enfrentando desordem na casa e começa o ano sem medidas práticas, muito menos eficientes, ao passo em que, mais uma vez, a Segurança dá sinais de problemas. Enquanto exibia o vídeo do debate, a solução foi cobrar idéias contra a crise, esquecendo-se que, definitivamente, criatividade não parece ser uma característica de nossos políticos. Nem lá, nem aqui.

Só notícia boa! É o que os discursos estão prometendo para o ano de 2008, que deve se iniciar logo após o carnaval. Esqueçamos as nossas falências e limpemos as peneiras para nos protegermos do sol dos próximos dias de estiagem na criatividade política.
Clei Moraes
Assessor da Coordenadoria da Bancada PSB/AL/RS

Nenhum comentário: