10 de abr. de 2008

Artigo: Criminalidade que assusta

Heitor Schuch, deputado estadual do PSB
A criminalidade, que antes assolava apenas as grandes cidades, já não poupa a zona rural. Longínquos municípios, onde as pessoas deixavam portas sem tranca nem chave, hoje estão com muros cada vez mais altos, cercas eletrificadas, arames farpados, câmeras de vigilância e, pasmem, segurança privada. Isso porque centenas de propriedades vêm sendo assaltadas e os seus proprietários sofrendo os mais diversos tipos de violência e de constrangimento.

Pesquisa do Ibope divulgada na primeira semana do mês de abril destaca que a Segurança Pública é a segunda maior preocupação dos gaúchos, perdendo apenas para a Saúde. Por isso mesmo, os Sindicatos de Trabalhadores Rurais do Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, reuniram-se em Santa Cruz do Sul no último dia 7 de abril a fim de debater o tema e solicitar que o Poder Público tome as providências cabíveis. No mesmo dia, houve manifestação em Rio Pardo, clamando por mais segurança.

Se a população das cidades vive cada vez mais insegura, o que dizer dos moradores do meio rural, onde as casas ficam bastante distantes umas das outras e não há como montar estratégia de proteção – e ainda há o agravante de quererem proibir o uso de espingardas. Não bastasse o prejuízo financeiro, fica o abalo moral e emocional, especialmente para as pessoas idosas que na maioria das vezes são agredidas.

O Governo do Estado precisa começar a encarar esta questão de frente. É preciso investir na qualificação e aumento do efetivo e na manutenção e renovação dos equipamentos. É preciso ter mais policiais na rua, aumentar o número de vagas nos presídios, tornar a nossa justiça mais ágil, a fim de reduzir a certeza de impunidade para os delinqüentes.

Entendemos que o Estado precisa, através de suas forças policiais, agir com dureza contra a criminalidade, coibindo os pequenos e grandes crimes. Pobreza não é sinônimo de criminalidade, como muitos apregoam – a grande maioria da população pobre é honesta, trabalhadora e sobrevive com o piso salarial estadual.

Resta esperar que a governadora Yeda Crusius e o secretário da Segurança Pública José Francisco Mallmann priorizem, de uma vez por todas, a segurança pública, para que as famílias gaúchas parem de chorar por mortes estúpidas, provocadas pela ineficiência do Estado.

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