24 de abr. de 2008

ENQUANTO A CARAVANA PASSA...

Beto Grill - Presidente do PSB Municipal
Tenho realizado comentários nas emissoras de rádio e escrito artigos para os jornais, onde faço críticas e aponto o marasmo, a falta de projeto da atual administração. Procuro alertar e conscientizar a população a respeito da mediocridade do atual governo, que embora me pareça bem intencionado, não tem conseguido, nestes oito anos, identificar potencialidades e estabelecer ações concretas e planejadas para fazer o município crescer, desenvolver-se.
No dia a dia, falo com a comunidade. Visito empresas e entidades e constato que a esmagadora maioria dos camaqüenses já se deu conta da inapetência deste grupo para propor e executar políticas públicas de transformação. Está se formando, aos poucos, um sentimento de desconfiança, a consolidação de uma opinião pública de contestação. O reconhecimento que a atual administração não tem norte. Não tem projeto, não tem objetivos. Faz apenas o convencional. O óbvio. Atende a demanda que se lhe apresenta no cotidiano e executa, com dificuldades, com imperfeições, as obras dos mirrados e aleatórios recursos de emendas parlamentares que os deputados destinam para Camaquã. Estas completamente independentes de uma proposta, de um planejamento que priorize ações pré-estabelecidas.
Falo, denuncio, repercuto a voz das ruas e já começam as reações. Mas, observem. Quem reage? Quem se sente incomodado? São aqueles que têm interesse. Ou estão no Executivo ou no Legislativo, ou tem os seus “pendurados” direta ou indiretamente na administração pública. Não são isentos para discernir entre o interesse do município, do povo camaqüense e os próprios.
Assim, o fundamental, neste momento, é não perder o foco do debate. O prioritário é avaliar o que está sendo realizado e o que se pode fazer para Camaquã crescer, retomar o rumo.
O próprio informativo que a atual administração está distribuindo para divulgar seus feitos serve como subsídio para reforçar a minha tese. O que se observa são ações soltas, esparsas, que não obedecem a nenhum critério, que não fazem parte de um plano que tenha continuidade. Início, meio e fim.
Este é o debate oportuno. Este é o desafio. Onde estamos enquanto município de grande potencial? Para onde vamos nestes próximos quatro anos, ou dez ou vinte.
Não vejo, jamais vi, qualquer documento que relacione, que estabeleça nexo causal, que tenha conteúdo filosófico, que seja um referencial das intenções do governo.
É um governo de manutenção. Não tem projeto.
Felizmente, avizinha-se uma campanha eleitoral e, em poucos meses, ter-se-á estabelecido o clima, as condições adequadas para se realizar o verdadeiro debate. Os protagonistas vão ter que se explicar. Vão ter que se expor, não por pré-postos desqualificados, mas eles mesmos, os atores principais, os responsáveis pelas diversas correntes de pensamento. Vai haver o contraditório, vão se pesar os prós e os contras.
Ganhará com isto, seguramente, o povo camaqüense.

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