4 de abr. de 2008

E nós, o que fazemos?

(Beto Grill - Pres. PSB Camaquã)

Tenho acompanhado a epidemia de Dengue que se alastra, principalmente, no município do Rio de Janeiro e que preocupa as autoridades sanitárias brasileiras.
É evidente a constatação que o Sistema Público de Saúde, o SUS, tem deficiências que se exacerbam sempre que existe uma situação de crise.
A Dengue, que é uma doença que tem sua prevalência em queda, nos últimos anos, no Brasil, apresenta este surto no Rio de Janeiro e com o agravante de estar indicando uma incidência bem maior de casos graves, da chamada Dengue Hemorrágica, que pode levar a morte do doente.
Depois de uma certa morosidade para estabelecer um plano e executar ações conjuntas do Município, Estado e União, as autoridades, por fim, estão oferecendo à população, principalmente às crianças, uma atenção mais efetiva, inclusive com a participação das Forças Armadas, que montaram seus Hospitais de Campanha para realizar consultas, exames laboratoriais e reidratação dos doentes.
Outros estados da Federação estão colaborando, deslocando médicos para realizar atendimentos. O Rio Grande do Sul, por exemplo, está contribuindo com quinze pediatras. Eles realizaram capacitação específica para o atendimento de doenças infecto-contagiosas, como é o caso da Dengue.
Ao tempo em que presta assistência aos enfermos, o poder público realiza ações no sentido de prevenir novas infecções. Isto se dá, fundamentalmente, no combate ao vetor, o mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença. O objetivo é exterminar as larvas, detectando e eliminando, mecanicamente, os criadouros, que são recipientes, vasilhas com água parada e relativamente limpa e, quimicamente, através do uso de inseticidas. Por outro lado, desenvolve-se campanhas educativas e motivacionais,
Mesmo sendo uma doença própria de clima tropical, existe em solo gaúcho. Temos convivido com um aumento das temperaturas médias, e este aquecimento torna mais freqüente a Dengue no Estado, que embora com poucos casos, dobrou o número, este ano, em relação a 2007.
Assim, constato e pergunto. Observamos surtos de hepatites, de infecções hospitalares recorrentes. Convivemos com a Aids, gastroenterites, doenças que aparecem por falta de educação e boa prática sanitária. Temos críticas, amiúde, quanto à atuação do Estado no combate a doenças contagiosas como a Febre Amarela, a Malária e, agora, especialmente a Dengue que é transmitida por mosquitos.
Eu questiono: o que temos feito, de fato, cada um de nós, para colaborar com a solução do problema? Quem de nós já foi no pátio de casa, reuniu os vizinhos, mobilizou a Associação de Moradores para fazer, depois de cada chuva, um mutirão, localizar e destruir possíveis focos de criação de larvas? No seu terreiro, nos terrenos baldios, nas vias públicas? É indispensável esta intervenção que está ao nosso alcance.
Quem sofre as conseqüências destas doenças somos nós e os nossos familiares. Portanto, vamos fazer a nossa parte. Mãos à obra.

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