10 de abr. de 2008

Berço Esplêndido

Beto Grill (Pres. PSB Camaquã)

Neste fim de semana estive acompanhando o Deputado Estadual Miki Breier e os Deputados Federais Beto Albuquerque e Ciro Gomes, todos do PSB, pela região da fronteira com o Uruguai.
Ouvi do Deputado Ciro Gomes, em brilhante aula magna proferida na URCAMP de Bagé, que a metade sul do Rio Grande é a região brasileira que mais deprimiu economicamente nos últimos anos. Evidente que ainda não é tão pobre como o sertão do Piauí ou o interior da Amazônia, por exemplo. Pois lá a miséria era absoluta.

Nesta metade sul estão incluídas a zona sul, a campanha, a fronteira oeste, o centro sul do estado e a nossa região sudeste, a chamada costa doce. Todas experimentaram uma depressão nos últimos vinte anos do século XX. Algumas já começam a retomar o desenvolvimento, fruto do resultado de grandes esforços de seus governantes. Uma mudança de mentalidade, de prioridades. Disposição de ousar. Trabalho, dedicação.

Lá, em Bagé, Livramento e Rosário do Sul, municípios que visitamos, pode ser observado uma reação, uma tomada de posições. Grandes investimentos em silvicultura e em fruticultura (já temos em Livramento um polo de vitivinicultura expressivo). A luta política para a redução da faixa de fronteira de 150 para 50 quilômetros. O Deputado Beto Albuquerque defende a existinção completa desta área onde a limitação de investimentos vem atravancando o desenvolvimento da região há dezenas de anos. Como agravante, temos os privilégios do comércio de fronteira para o Uruguai, onde os brasileiros podem fazer compras nos free shopps, enquanto os Uruguaios estão proibidos de comprar no Brasil. Luta-se, também para equiparar os direitos dos dois lados.

Mesmo assim, a região fronteiriça reage.

Participei, sábado pela manhã, de um encontro da Comissão de Representação Externa da ALRS da Energia Eólica em Livramento, sob o comando do Deputado Alberto Oliveira e com a presença de mais três deputados, que lá buscavam unir as forças políticas e empresariais da região para a pronta instalação de Parques Eólicos.

Obras públicas de infra-estrutura são volumosas em todos os municípios visitados. Novas universidades se instalam. O progresso começa a chegar, criando mais empregos, aquecendo a economia.

Volto para cá. Para a nossa região, para a minha cidade de Camaquã e o que vejo? Quase nada. Frentes de calçamento incipientes. Um pórtico que beira ao ridículo. Um comércio valente, mas debilitado. Um modelo produtivo conservador. Um governo sem inspiração, sem mobilidade, que eu denomino: governo de manutenção!

Tenho chamado a atenção que nós precisamos olhar para o exemplo da metade norte do Estado, para a serra. Agora nem isto é preciso. Já temos exemplos positivos na nossa região sul.
Ou vamos continuar dormindo em berço esplêndido?

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